Estudo de caso: Como a Samambaia Serraria de Granitos obteve sucesso com a gestão ambiental integrada e simplificada

É com muito orgulho que apresentamos o Estudo de Caso da Samambaia Serraria de Granitos, uma empresa que nos faz acreditar que estamos mais próximos de nossa missão de Transformar Empresas em Negócios Sustentáveis. A partir da implantação do SOL a empresa pode perceber com mais clareza os seus consumos, identificar os gargalos e entender melhor a interação entre o processo produtivo e o meio ambiente. 

Destacamos ainda que a Samambaia foi uma das primeiras empresas a utilizar a metodologia do SOL, o que torna esse estudo de caso ainda mais interessante, pois a sua trajetória se mistura com a evolução da plataforma.

Histórico

A Samambaia Serraria de Granitos foi fundada em 1982, por Teodoro Afonso de Resende Samambaia, conhecido na região por Sr. Samambaia, pioneiro no ramo de extração e beneficiamento de granito em Minas Gerais e por sua filha Norma Angélica Vieira Rezende Pereira.

A empresa, que já esteve no ramo da mineração, hoje tem sua atuação focada no beneficiamento do granito através da comercialização de chapas brutas e polidas. Através do sistema de vendas B2B, ou seja, realizando a venda para marmorarias e empresas do ramo da construção, tem sido reconhecida no mercado pela alta qualidade dos produtos e capacidade operacional de entrega.

Atualmente a administração da empresa está a cargo de Márcio Pereira, que ainda na época da mineração, se tornou um grande parceiro do Teodoro, que identificou naquele jovem esforçado, o seu homem de confiança.

Um processo produtivo com alto consumo de água

O processo do beneficiamento de granito é marcado pelo consumo intenso de água, tanto nas etapas de corte, quanto polimento.

 O corte do granito é feito através dos teares Multifio, que são assim chamados pois fazem o corte das chapas através de um jogo de cabos diamantados que é passado no bloco de cima a abaixo até que seja gerada a chapa.

 Para que o corte seja feito, além do fio adiamantado, é necessária uma razoável quantidade de água, garantindo assim que a eficiência do corte seja alta e o desgaste do fio seja o menor possível.

Antigamente eram utilizados teares mais simples, no qual o corte de um bloco de granito, demorava cerca de 7 dias, com o trabalho em três turnos de produção. Hoje em dia, com os teares multifios o tempo do processo passou para incríveis 7 horas. Em alguns casos, dependendo da dureza do material até menos.

Após o corte, as chapas precisam passar pela etapa de polimento, onde o material recebe tratamento superficial em politrizes automáticas e é serrado com o auxílio de serras circulares.

O produto final, chapas recortadas, é utilizado pelo setor da construção civil principalmente em pisos e fachadas.

 Tipos de Resíduos Gerados

Sendo assim, destaca-se que o processo produtivo além do intenso consumo de água, nas duas etapas do processo, apresenta a geração de dois tipos predominantes de resíduos sólidos industriais.

O primeiro, com alto teor de água em sua composição é denominado de lama de serraria, e é composto pelo pó de granito, algum resíduo dos fios e em alguns casos uma mistura de cao ou outro produto semelhante que auxilie no processo do corte.

A Gestão Ambiental como indicador de eficiência!

A Samambaia em sua busca constante pela melhoria contínua da gestão, identificou que o consumo de água elevado do processo, representava uma grande fragilidade, pois os 120 m³/dia representavam uma quantia significativa e que poderia representar um risco elevado para a continuidade do negócio. 

Tal pensamento faz enorme sentido nos dias atuais, após passarmos pela malfadada crise de abastecimento hídrico. A Samambaia já tinha essa preocupação no início dos anos 2000, a quase 16 anos atrás! A empresa, através do principio da economia circular, buscou fechar o ciclo de consumo de água, reaproveitando a água utilizada no processo industrial ao máximo possível.

O seu maior desafio, no entanto, consistia nos sólidos decorrentes da lama de serraria, bem como, na qualidade da água que seria reutilizada, principalmente para o processo de polimento.

Implantação de Filtro Prensa e Sistema de Reaproveitamento de Água

 A ETE implantada pela empresa é constituída por uma zona de mistura rápida, ponto no qual o coagulante é adicionado, e por um tanque de decantação, onde ocorre a separação sólido-líquido.

O filtro prensa retira ao máximo a fração líquida do material e produz ao final do processo um lodo que possui aproximadamente 85% de umidade. O efluente tratado retorna ao processo produtivo.

Ao final desse processo a Samambaia conseguiu reduzir em quase 80% o seu consumo de água, visto que, nos dias atuais, a água só é utilizada para recompor as perdas por evaporação. Além disso, o volume de resíduos gerados foi reduzido em cerca de 50%, após a retirada da água.

 No entanto, o caminho da gestão ambiental é sem volta! E assim que a empresa terminou a instalação do sistema de reaproveitamento de água, um aspecto começou a chamar atenção! O que fazer com a lama de serraria após a prensagem? Sim o volume havia sido reduzido consideravelmente, porém ainda estava lá!

O que fazer com a Lama de Serraria?

Com esse desafio em mente, as equipes da Refúgio e da Samambaia voltaram para a mesa de projetos, e começaram a traçar o esboço desse novo plano!

Nessa busca, diversas soluções foram avaliadas e testadas, como a destinação para um empreendimento que realizada a extração de barro, e portanto poderia utilizar o produto como recomposição de cava.

Através da análise laboratorial, constatou-se que o resíduo era considerado como não perigoso e não inerte, portanto poderia ser utilizado como recobrimento de cava. Porém, após algumas tentativas a Samambaia, percebeu que o parceiro escolhido não partilhava dos mesmos valores de sustentabilidade e gestão, e portanto voltou-se a mesa para buscar uma nova solução.

Foi quando surgiu a ideia de fabricar blocos para a construção civil, também conhecido por tijolo ecológico. Para isso a empresa adquiriu a máquina Eco Premium 2600, cuja capacidade de produção é de 6.000 unidades de tijolos por 8 horas de trabalho sem interrupções.

As matérias-prima utilizadas para a fabricação dos tijolos são: lodo, areia, cimento e água, na proporção de quatro porções de lodo, duas porções de areia e uma porção de cimento.

Após sua secagem, o lodo é enviado para um processo de trituramento, peneiramento. Em seguida o material é misturado com areia e cimento para posteriormente ser encaminhado para a prensagem no equipamento Eco Premium 2600. Após essa etapa, os tijolos permanecem secando, a céu aberto, por três dias e depois seguem para o paleteamento.

Na ponta do lápis!

E será que vale a pena todo esse investimento? Os custos da implantação da iniciativa adotada, desde a compra de equipamentos e com a regularização ambiental da atividade giraram em torno de R$ 75.000,00. Não houve gasto com aquisição ou aluguel de galpão para a realização da atividade, uma vez que foi utilizado o espaço já disponível na empresa.

A fabricação de tijolos a partir do lodo gerado na ETE possibilitou que aproximadamente 966 ton/ano de lodo não fossem encaminhados para aterro industrial gerando assim uma economia significativa.

Considerando somente os custos de frete para transportar o material para um aterro industrial, ou seja, sem considerar o custo de destinação cobrado pelos aterros, o tempo de retorno do investimento seria de 12 meses. Ah e sem contar que a nova atividade gera receita, porque se colocarmos essas duas variáveis na conta, vai faltar mês para o tempo de retorno.

O preço médio de fabricação de cada bloco de tijolo é de R$ 0,40 e cada tijolo é vendido a R$ 0,52. A ideia inicial é produzir de 6 a 8 mil tijolos por dia, dependendo da demanda pelo produto e principalmente da geração de lama, relacionada à atividade produtiva da empresa. Assim, a projeção de faturamento com a fabricação de tijolos no melhor cenário é de R$ 4.160,00/dia.

Não é por menos que a Samambaia é uma liderança em gestão ambiental, sendo inclusive reconhecida pela Fiemg e Feam através do Banco de Boas Práticas Ambientais. Como dissemos anteriormente, o bom caminho da gestão ambiental é sem volta, e sua trajetória árdua e tortuosa é extremamente rentável. 

A Samambaia hoje continua monitorando e avaliando constantemente as suas práticas de gestão, gerenciando suas licenças e acompanhando os seus indicadores, através do SOL, garantindo que a caminhada da gestão ambiental com excelência não perca o ritmo nem o caminho certo.

A gestão ambiental é um indicador de eficiência do processo produtivo, e o estudo de caso da Samambaia Serraria de Granitos, ilustra com perfeição!

Gostou? Achou interessante? Então entre em contato com a gente.Nós sabemos como transformar empresas em negócios sustentáveis.


Voltar