Gestão ambiental para a indústria em 4 passos

O ano de 2017 já acabou, e nessa época de final e início de ano, sempre sentimos a necessidade de fazer uma reflexão sobre tudo que se passou! São várias retrospectivas, metas, objetivos, resoluções e mais um monte de coisas que planejamos fazer melhor para o ano que vem, pois bem, nós resolvemos fazer a nossa parte lançando a resolução de 2018 para a gestão ambiental.

1) Organize os seus prazos de entrega

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Por incrível que pareça, a maior dificuldade na gestão ambiental das organizações, está associado ao cumprimento de prazos, são gastos anualmente pelas indústrias, dezenas de milhões de reais em multas por não cumprimento de prazo. Por isso, comece o ano diferente, pegue uma folha A3, faça uma divisão para os 12 meses e escreva as suas entregas.

Ah e lembre-se, caso aconteça algum imprevisto e você não consiga cumprir o prazo estabelecido na sua condicionante, encaminhe um ofício para o órgão ambiental, informando principalmente o motivo pelo qual não pode ser realizado e quando será feito um novo protocolo. É fundamental que o ofício seja encaminhado e registrado no órgão durante o prazo de entrega.

2) Conheça as suas perdas

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A gestão começa com o conhecimento, não existe caminho mais curto ou mais fácil. É preciso entender o seu processo produtivo, segmenta-lo em etapas e assim entender as etapas em que as perdas ocorrem. Nós chamamos todas as emissões ambientais (efluente atmosférico, efluente líquido, ruídos, vibração, resíduos e etc) de perdas, pois consistem em uma medida importante da nossa ineficiência na transformação da matéria prima em produto final.

Entender as suas perdas, significa avaliar inclusive aquelas que não são exigidas em licenciamento ambiental, pois mesmo que não sejam cobradas oficialmente, consistem em desperdícios muitas vezes relevantes do seu processo produtivo.

Mas como começar? Comece com um mapeamento simples do seu processo produtivo, desenhe todas as etapas em outra folha A3, seguindo um fluxo, desde a entrada de matéria prima, até o produto final. Lembrando que as vezes as etapas não são muito claras, e por isso é muito importante que você peça ajuda dos líderes e coordenadores de área.

Identificadas as etapas, está na hora de identificar as emissões, as saídas ou como preferimos chamar, as perdas do seu processo produtivo. Por enquanto não está sendo realizado nenhum tipo de quantificação, apenas identificação, então coloque no papel todas as emissões, até aquelas que a turma diz assim: “Nossa mas isso é tão pouco” “Você tá exagerando, isso quase nunca acontece” “Todo processo de XXXX tem isso, porque você vai colocar isso aí”

Seja forte, e coloque todas as perdas que você identificar, essa etapa é de conhecimento e não de mensuração, e por isso é importante que você coloque realmente TODAS que você conseguir identificar.

3) É hora da medição

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Com os seus processos mapeados e as perdas identificadas, é hora de começar a medição. Somente se gerencia o que se monitora, esse conceito do Deming é fundamental para qualquer sistema de gestão, e obviamente não poderia ser diferente na área ambiental.

Medir as perdas de forma segmentada, é sempre mais difícil, porém fornece uma informação mais precisa para a tomada de decisão, pois mostra o tamanho de cada perda, em cada etapa do processo.

Assim você consegue priorizar e atacar as suas emissões de forma mais precisa, reduzindo não só os custos da sua operação, mas também aumentando o coeficiente de sustentabilidade, reduzindo a sua pegada e iniciando a transição para a economia de baixo carbono.

Lembre-se que a medição deve ser feito de forma parametrizada, ou seja, sempre associado a um indicador de produção, por exemplo (resíduos= ton de resíduos gerados/produto produzido ; efluente líquido = m³ gerado de efluente líquido/produto produzido)

4) Tomando decisões

confusion11Depois de entender e mapear o processo, conhecer as perdas e mensura-las, chegou a hora de tomar decisões. Com todas essas informações na mão, aí sim é hora de priorizar, ou seja, de escolher quais as perdas serão atacadas primeiro.

Mas como escolher? Bom, existem várias formas e métodos de priorizar, e nessa esfera nós misturamos a operação diária da gestão ambiental, com a estratégia corporativa de sustentabilidade, por exemplo, se a empresa sente a necessidade de criar uma meta de aterro zero, por pressão do mercado ou até mesmo de órgãos setoriais, é importante priorizar as emissões de resíduos sólidos.

Porém se não existe qualquer tipo de pressão que direcione a sua estratégia, é interessante que você comece sempre pelo mais simples. Parece óbvio, mas a grande parte das empresas erra quando tenta incorporar metas e estratégias complexas demais, sem ter começado pelo feijão com arroz.

Por isso, comece pelas emissões que você consiga ter os melhores resultados com o menor esforço, assim você consegue mostrar resultados para o seu time, de forma mais rápida, ganhando confiança e conseguindo força e apoio para trilhar caminhos mais complexos.

Uma dica é a matriz de Impacto x Esforço utilizada na área de recursos humanos e coaching e que pode ser uma boa forma de começar.

Lembre-se, gestão é um esforço coletivo, não é possível roubar a bola, armar a jogada e fazer o gol sozinho, você precisa do seu time, na construção de cada etapa, pensando em cada fase do processo. Não tente fazer tudo sozinho, e nem economize treinamentos, reuniões e explicações, porque só uma equipe alinhada consegue o melhor resultado, com o menor tempo e com a menor quantidade de recursos.

Propósito

As pessoas estão sempre buscando propósito nas suas atividades, ninguém gosta de fazer alguma coisa que não tenha motivo, objetivo e muito menos resultado. Quando conseguimos criar um sistema efetivo de gestão ambiental, coletando informações, medindo e atacando as perdas, nós estamos colocando a empresa no caminho da sustentabilidade, transformando empresas em negócios verdadeiramente sustentáveis. Tenha certeza que toda a sua equipe esteja verdadeiramente ciente e envolvida também no propósito, pois este sim é o verdadeiro motivador.

Não existe vídeo melhor do que esse, para entender o que é propósito.

Nós transformamos empresas em negócios sustentáveis, qualquer dúvida entre em contato com a gente!


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