O que é auditoria de fornecedor?

Você já ouviu falar de auditoria em fornecedor ou na cadeia de fornecimento ? Bom, essa ideia surgiu quando as empresas começaram a terceirizar processos e sentiam a necessidade de controlar, de certa forma, a qualidade de produção dos seus fornecedores.

Inicialmente, a preocupação era justamente em garantir que o fornecedor conseguisse atender as mesmas especificações técnicas que a empresa conseguia, para que assim a qualidade do seu produto não fosse impactada e, por consequência, não ocorresse a perda de clientes.

Porém, a medida que os mercados foram evoluindo as empresas começaram a exigir mais dos seus fornecedores, pois, como cada vez mais itens e processos foram sendo terceirizados, passou a ser necessário exigir também alguns comprometimentos mais profundos dos seus parceiros. Pense bem, não faz sentido a empresa se gabar de ter governança, transparência e sustentabilidade, se os seus fornecedores contratam mão de obra em condições análogas a escravidão.

Com isso em mente, as empresas passaram a exigir que seus fornecedores se enquadrassem também em suas políticas e estratégias, dessa forma, para ser um fornecedor é preciso comprovar muito mais do que a sua regularidade, e sim uma cultura de gestão mais próxima da empresa âncora. Pois bem, na teoria é tudo muito bonito, mas como se faz isso na prática? Foi aí que sugiram as práticas e métodos de auditoria de fornecedor, que chamamos também de auditoria de segunda parte.

Comprovar o cumprimento de uma legislação geralmente é possível através de uma certidão, licença ou algo do gênero, já o alinhamento estratégico entre empresa e fornecedor é muito mais complicado. Para tanto é preciso ir além da documentação, a empresa precisa conhecer in loco a realidade do fornecedor, saber como ele funciona, quais são suas práticas, seus processos e, principalmente, como é a sua cultura de gestão.

Esse desalinhamento fica latente em casos evidenciados nos dias de hoje, como de uma grande varejista que teve a infelicidade de ver um de seus fornecedores recebendo a polícia para resgatar funcionários trabalhando em salas fechadas, sem ventilação e qualquer outra estrutura que remotamente lembre um ambiente de trabalho. Nesses casos a empresa âncora se vê as voltas com manchetes em jornais e alvo de boicotes, quando em suas próprias instalações tudo acontece de acordo com as melhores práticas possíveis.

Fonte: IstoÉ 

Quando isso acontece, sempre surgem dois lados, um que defende a empresa âncora e diz que a culpa deve somente se recair ao fornecedor, visto que a empresa não pode gerir ou ter responsabilidade sobre outra organização. De outro, a defesa de que, se a empresa permite que parte de seus processos sejam desenvolvidos por outros, ela deve sim se assegurar de que todos os envolvidos estejam cumprindo com todas as premissas e regulações mínimas.

Independente do lado que se assuma, a verdade é que a empresa âncora sempre sofre um desgaste relevante, não somente da sua imagem, mas também na cabeça dos seus consumidores e investidores. Nos dias de hoje, não consumimos apenas produtos e sim empresas, filosofias e culturas de gestão. Afinal de contas, o sorvete do Ben & Jerrys é sorvete como qualquer outro, o Starbucks serve café como se faz a milênios e a Apple produz celulares e computadores como vários outros.

A diferença está justamente na criação de vínculo, na aproximação entre empresa e consumidor, naquela familiaridade do tsssssss de abrir uma coca-cola e vir a cabeça a imagem de uma família sentada à mesa durante um almoço ou jantar. Imagine agora como é difícil criar essa associação! É como aquela relação de confiança que se demora anos para construir, e basta 5 minutos (ou um fornecedor errado) para ser desconstruída completamente.

Para garantir que esse alinhamento exista em toda a cadeia de fornecimento, e não deixar que esse tipo de situação aconteça, é que existe a auditoria de fornecedor. Mas não basta ir lá dar uma conferida na empresa e checar as condições de ergonomia e etc. É preciso ir além, em um mundo em que cada vez mais consome vínculos, é preciso que a equipe de auditoria entenda e absorva a cultura da empresa âncora, para assim conseguir avaliar com precisão o fornecedor.

Casos extremos, apesar de serem infelizmente recorrentes, são raros em um mundo cada vez mais complexo. Pense na quantidade de fornecedores que as lojas e comércios situados perto da sua casa possuem, desde o produto, até a embalagem, insumos e tudo o mais. Agora multiplique isso pelo planeta inteiro, e teremos então a real dimensão desse universo.

Por isso, pensar na gestão da sua cadeia de fornecedores, é fundamental, e isso não é papo mais de empresa grande, ou multinacional. Isso é tarefa de todas as empresas, nós temos aqui por exemplo o caso da Samambaia Serraria de Granitos, que não é multinacional, mas repensou todo o seu gerenciamento de resíduos sólidos, por conta de um fornecedor, que apesar de estar regularizado não compartilhava da mesma cultura da Samambaia.

Fonte: Revista Ecológico 

Garantir que seus fornecedores atendam aos seus requisitos mínimos de gestão, além de vários benefícios, é o melhor programa de responsabilidade social, pois assim, a empresa exige mais do mercado e melhora todo o ecossistema a sua volta.

Se você gostou do assunto e tem vontade de implantar um programa de auditorias de fornecedores, entre em contato com a gente. Somos especialistas em gestão!


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